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O RREO na LRF: Entenda como funciona o Relatório Resumido da Execução Orçamentária na Lei de Responsabilidade Fiscal

O Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) é um documento obrigatório segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e tem como finalidade demonstrar de maneira sintética e resumida a execução orçamentária de cada ente federativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Além da previsão do RREO na LRF, a Constituição Federal exige em seu artigo 165, §3, e as normas para sua elaboração e publicação foram estabelecidas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

O RREO é um importante instrumento de transparência e controle social, que permite aos cidadãos e órgãos de fiscalização acompanhar a execução do orçamento público e avaliar o desempenho dos gestores. Por meio do RREO, é possível verificar se as metas fiscais estão sendo cumpridas, se as receitas e despesas estão dentro do previsto, e se os recursos estão sendo aplicados de forma eficiente e eficaz.

De acordo com a LRF, o RREO deve ser publicado até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, ou seja, seis vezes ao ano. O documento deve conter informações sobre a receita e a despesa realizadas no período, os restos a pagar, as dívidas consolidada e mobiliária, as operações de crédito e os resultados nominal e primário. Além disso, o RREO deve ser acompanhado de anexos com informações sobre a execução do orçamento por função, subfunção, programa, projeto e atividade, bem como sobre as despesas com pessoal e encargos sociais.

Princípios e Diretrizes da LRF

Conceitos Fundamentais

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), regulamentada pela Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. A LRF tem como objetivo o equilíbrio das contas públicas, garantindo a transparência e o controle social na gestão dos recursos públicos.

A Constituição Federal de 1988 estabelece que a gestão fiscal deve ser responsável e transparente, visando ao equilíbrio das contas públicas. A LRF, por sua vez, estabelece os princípios e diretrizes que devem ser seguidos pelos governos para garantir a responsabilidade fiscal.

Os princípios da Administração Pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, estão diretamente relacionados com os objetivos da LRF. A legalidade, por exemplo, exige que a gestão fiscal seja realizada de acordo com as leis e normas vigentes. Já a impessoalidade determina que a gestão fiscal seja realizada de forma imparcial, sem favorecimentos ou privilégios.

Transparência e Controle Social

A LRF estabelece a transparência como um dos princípios fundamentais da gestão fiscal. Isso significa que as informações sobre a gestão dos recursos públicos devem estar disponíveis para a sociedade de forma clara e acessível. A transparência permite que a sociedade acompanhe e fiscalize a gestão dos recursos públicos, contribuindo para a prevenção e combate à corrupção.

Além disso, a LRF estabelece a participação da sociedade como um dos pilares da gestão fiscal responsável. Isso significa que a sociedade deve ser envolvida no processo de planejamento, execução e controle das contas públicas. A participação da sociedade contribui para a transparência e a efetividade da gestão fiscal, garantindo que os recursos públicos sejam aplicados de forma adequada e eficiente.

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Gestão Orçamentária e Fiscal

A gestão orçamentária e fiscal é um processo complexo que envolve a elaboração e execução do orçamento público, bem como o monitoramento e controle das despesas e receitas do governo. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é a principal legislação que regula a gestão orçamentária e fiscal no Brasil, estabelecendo limites e restrições fiscais que devem ser seguidos pelos governos em todos os níveis.

Elaboração e Execução Orçamentária

A elaboração e execução do orçamento público é um processo que envolve a definição de metas e prioridades para o governo, bem como a alocação de recursos para as diversas áreas de atuação. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) são os principais instrumentos utilizados para a elaboração e aprovação do orçamento público no Brasil.

A execução orçamentária é o processo de realização das despesas e receitas previstas no orçamento público. Ela envolve a gestão dos recursos públicos, o controle das despesas e receitas, o monitoramento da execução do orçamento e a prestação de contas à sociedade.

Limites e Restrições Fiscais

A LRF estabelece limites e restrições fiscais que devem ser seguidos pelos governos em todos os níveis. Esses limites e restrições visam garantir a sustentabilidade das finanças públicas e evitar o endividamento excessivo do governo.

Entre as principais restrições estabelecidas pela LRF estão os limites para a dívida pública, os resultados nominal e primário, e os restos a pagar. O resultado nominal é a diferença entre as despesas e receitas totais do governo, enquanto o resultado primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo, excluindo o pagamento dos juros da dívida pública.

Os restos a pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas no exercício financeiro em que foram empenhadas. A LRF estabelece limites para os restos a pagar, visando evitar o acúmulo de despesas não pagas e o comprometimento das finanças públicas.

Em resumo, a gestão orçamentária e fiscal é um processo fundamental para garantir a eficiência e transparência na gestão dos recursos públicos. A LRF estabelece limites e restrições que devem ser seguidos pelos governos em todos os níveis, visando garantir a sustentabilidade das finanças públicas e o cumprimento das metas e prioridades definidas no orçamento público.

Relatórios e Prestação de Contas

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece a obrigatoriedade da transparência da gestão fiscal, da fiscalização e da prestação de contas. Para cumprir essas obrigações, são necessários diversos documentos, entre eles o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF).

Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)

O RREO é um documento obrigatório segundo a LRF e tem como finalidade demonstrar de maneira sintética e resumida a execução orçamentária de cada ente federativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). O relatório deve ser publicado bimestralmente e apresenta informações fiscais consolidadas de todos os poderes, incluindo o Ministério Público e a Defensoria Pública.

O RREO é composto por diversos demonstrativos, como o Demonstrativo da Receita Corrente Líquida (RCL), o Demonstrativo da Despesa com Pessoal, o Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, entre outros. Esses demonstrativos permitem um acompanhamento mais detalhado da execução orçamentária.

Relatório de Gestão Fiscal (RGF)

O RGF é outro documento obrigatório segundo a LRF e tem como objetivo o monitoramento das metas fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O relatório deve ser publicado quadrimestralmente e apresenta informações sobre a evolução das receitas e despesas, a renúncia de receita, a dívida pública, entre outros indicadores fiscais.

O RGF é composto por diversos demonstrativos, como o Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar, o Demonstrativo da Dívida Consolidada Líquida, o Demonstrativo da Variação Patrimonial, entre outros. Esses demonstrativos permitem uma análise mais detalhada da situação fiscal do ente federativo.

Em resumo, tanto o RREO quanto o RGF são importantes documentos para a transparência da gestão fiscal e para a fiscalização por parte da sociedade e dos órgãos competentes. A publicação desses relatórios permite um acompanhamento mais detalhado da execução orçamentária e a avaliação do cumprimento das metas fiscais estabelecidas na LDO.

Responsabilidades dos Entes Federativos

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece as responsabilidades dos entes federativos na gestão fiscal, estabelecendo limites para o endividamento público, o controle das despesas com pessoal, a gestão das receitas e despesas, entre outras questões. As responsabilidades dos entes federativos são divididas em União, Estados e Municípios.

União, Estados e Municípios

Os entes federativos são responsáveis por cumprir as metas fiscais estabelecidas na LRF. Eles devem apresentar o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas, além de outras obrigações.

A União, os Estados e os Municípios devem respeitar os limites de gastos com pessoal estabelecidos pela LRF, que são de 50% da receita corrente líquida para a União e os Estados e de 60% para os Municípios. Eles também devem limitar o endividamento público, respeitando os limites estabelecidos pela LRF.

Poderes e Instituições

Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério Público, também têm responsabilidades na gestão fiscal. Eles devem apresentar o RREO e o RGF, além de outras obrigações, e respeitar os limites de gastos com pessoal e endividamento público estabelecidos pela LRF.

O Poder Legislativo tem a responsabilidade de fiscalizar a gestão fiscal, enquanto o Poder Executivo deve apresentar propostas de lei orçamentária e de créditos adicionais, além de executar o orçamento. O Poder Judiciário e o Ministério Público também devem apresentar propostas orçamentárias e executar o orçamento.

Sanções e Medidas Corretivas

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece sanções e medidas corretivas para os entes federativos que descumprirem suas disposições. Essas sanções e medidas visam assegurar o equilíbrio fiscal e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

Penalidades por Descumprimento

Os entes federativos que não cumprirem as disposições da LRF estão sujeitos a diversas penalidades, tais como:

  • Proibição de contrair empréstimos e financiamentos;
  • Suspensão de transferências voluntárias;
  • Restrições para celebração de convênios com a União e Estados;
  • Responsabilização do gestor público por atos de improbidade administrativa.

Mecanismos de Recuperação Fiscal

A LRF estabelece também mecanismos de recuperação fiscal para os entes federativos que se encontram em situação de desequilíbrio financeiro. Esses mecanismos incluem:

  • Plano de Recuperação Fiscal, que estabelece medidas de ajuste fiscal e prazos para a regularização das contas públicas;
  • Regime de Recuperação Fiscal, que prevê a suspensão temporária do pagamento da dívida com a União;
  • Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal, que tem por objetivo auxiliar os entes federativos na gestão fiscal responsável e transparente.

É importante ressaltar que a LRF também estabelece outras medidas corretivas, como a regra de ouro, que proíbe a contratação de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, e a limitação de empenho, que impede a realização de despesas quando não houver suficiente disponibilidade de caixa.

Além disso, a LRF estabelece medidas para combater a sonegação e evasão fiscal, bem como para evitar a frustração de receitas, garantindo assim a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

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