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Recomposição do FPM

Gestão Financeira Municipal em Foco: Desvendando a Recomposição do FPM e Seus Desafios

A gestão financeira dos municípios brasileiros enfrenta constantes desafios, especialmente no que tange à adequada aplicação de recursos federais. Recentemente, a recomposição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) trouxe à tona uma série de questões técnicas e legais que merecem uma análise detalhada. Este artigo visa esclarecer os principais pontos relacionados a essa temática, oferecendo um panorama claro e objetivo para gestores municipais e interessados na administração pública.

1. O Contexto da Recomposição do FPM

Em 30 de novembro, os municípios brasileiros receberam uma recomposição do FPM, uma medida esperada para mitigar perdas financeiras. Contudo, a falta de clareza na Lei Complementar (LC) 201/2023, que regulamenta essa recomposição, gerou incertezas. Essa lei deveria servir como um guia para os gestores, mas, ao invés disso, levantou questionamentos sobre a correta utilização dos recursos, especialmente em áreas sensíveis como Educação e Saúde.

2. A Recomendação de Cautela da CNM

Diante das incertezas, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) recomendou cautela aos gestores na utilização dos recursos. A preocupação central era garantir que os municípios não enfrentassem problemas legais ou técnicos ao aplicar os fundos em áreas essenciais. A CNM destacou a importância de aguardar um posicionamento definitivo dos órgãos reguladores, especialmente sobre a aplicação dos índices constitucionais e legais.

3. Orientações da STN

Em resposta às dúvidas, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) publicou a Nota Técnica SEI 3241/2023 MF. Este documento trouxe orientações específicas sobre a classificação e aplicação dos recursos da recomposição. A nota detalha a natureza da receita, a fonte ou destinação dos recursos, e outras especificidades técnicas, como a incidência da contribuição para o PIS/PASEP e a não incidência no Fundeb.

4. Detalhamento Técnico da Nota Técnica

A Nota Técnica da STN é um documento crucial para os gestores, pois oferece um roteiro detalhado para o registro financeiro do apoio recebido. Ela especifica categorias como ‘Natureza da Receita’ e ‘Fonte ou Destinação de Recursos’, fornecendo um caminho claro para a contabilização dos valores recebidos. Essa orientação é vital para garantir a transparência e a conformidade com as normas fiscais.

5. Persistência de Dúvidas

Apesar das orientações da STN, a CNM aponta que ainda há dúvidas significativas, principalmente no que se refere às vinculações constitucionais para saúde e educação. A Nota Técnica não esclareceu de forma definitiva se os recursos da recomposição devem ser contabilizados nas despesas mínimas obrigatórias nessas áreas, deixando uma lacuna importante na orientação aos gestores.

6. Interpretação dos Auxílios Financeiros

A CNM sugere que a interpretação dos auxílios financeiros deve ser análoga aos concedidos em anos anteriores. Isso significa considerar que os recursos do FPM não são originários de impostos ou transferências constitucionais e legais decorrentes de impostos. Portanto, eles não deveriam ser incluídos na base de cálculo dos mínimos obrigatórios para educação e saúde. Essa interpretação busca evitar uma sobrecarga nas obrigações financeiras dos municípios.

7. A Espera pelo Posicionamento da PGFN

A STN aguarda um posicionamento da Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN) sobre as vinculações. Este posicionamento é crucial para resolver as incertezas jurídicas e fornecer uma direção clara para os gestores municipais. A decisão da PGFN poderá ter implicações significativas na gestão dos recursos municipais.

8. Recomendações Finais e Prudenciais da CNM

Finalmente, a CNM aconselha os municípios a reservarem ao menos 40% do montante recebido em caixa até um comunicado oficial. Essa prudência é recomendada para evitar problemas com interpretações divergentes dos órgãos de controle externo. Além disso, sugere-se a consulta prévia formal ao tribunal ao qual o município está vinculado, para obter informações adicionais sobre o posicionamento relativo à matéria.

Conclusão

A recomposição do FPM é uma medida vital para a saúde financeira dos municípios brasileiros. No entanto, a falta de clareza nas diretrizes e a espera por orientações definitivas colocam os gestores em uma posição delicada. É essencial que os municípios procedam com cautela, seguindo as recomendações da CNM e aguardando os esclarecimentos da PGFN. A gestão responsável e informada desses recursos é fundamental para garantir a continuidade dos serviços públicos essenciais e a conformidade com as normas fiscais e legais. Este cenário reforça a importância de uma administração pública transparente, responsável e bem informada.

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Fonte: https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/tesouro-orienta-sobre-recomposicao-do-fpm-cnm-alerta-para-duvidas-sobre-a-vinculacao-aos-minimos-persiste

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